O Músico: o que se passa na cabeça dele?

Imagem ilustrativa do cérebro e suas conexões com a música

“Você já olhou para alguém e pensou: o que se passa na cabeça dela?” — O filme Divertidamente é uma animação produzida pela Pixar Animation Studios, que se passa dentro da mente de Riley Andersen, onde suas emoções tentam lidar com os acontecimentos da vida. E você, já parou para pensar o que acontece na cabeça de um músico quando toca um instrumento?

O cérebro de um músico passa por diversos processos de desenvolvimento que resultam na melhoria de algumas características e atividades cerebrais, e é sobre isso que vamos falar neste artigo. Então, vamos entender como tudo isso acontece?

O QUE SE PASSA NA CABEÇA DELE

Provavelmente você já sabe, até mesmo por experiência própria, que a música nos ajuda a relaxar, ter motivação, dormir, sorrir, chorar, nos expressar e nos emocionar. Mas a música no cérebro de quem toca algum instrumento acaba tendo um efeito muito maior.

Imagem explicativa de um cérebro indicando os nomes de algumas de suas partes como córtex somatossensorial primário, córtex motor primário, córtex visual, cerebelo, córtex auditivo e córtex pré-frontal de associação.

O cérebro humano tem a capacidade de se adaptar a novas condições, sendo assim, uma pessoa que recebe estímulos vindos da prática de tocar algum instrumento tem células cerebrais distintas daquelas que não possuem estímulo nenhum vindo dessa área, logo, por incrível que pareça, o cérebro de um músico tem um formato diferente. Suas áreas auditivas (córtex auditivo) e motoras (córtex motor) são maiores e possuem mais conexões, fazendo com que a identificação de sons seja feita 20% mais rápido do que o normal. Essa característica mantém o cérebro jovem e saudável por mais tempo, logo, atividades cerebrais que se degradam com o passar dos anos são melhor conservadas.

Muitas pessoas acreditam que ao envelhecer perdemos a audição por conta dos nossos ouvidos mas, na verdade, o cérebro é o responsável por essas falhas auditivas. Com a idade, ruídos internos são criados e dificultam a diferenciação dos sons e palavras, mas estando bem treinado para os sons como um profissional da música, essa preocupação pode chegar mais tarde.

imagem ilustrativa de uma criança tocando piano

É evidente que quanto mais jovem se é apresentado à música, maior será o desenvolvimento cerebral. Ela também incentiva o processamento multissensorial no córtex somatossensorial primário, ou seja, faz com que o cérebro lide melhor com a informação que chega a partir do tato, visão e audição, auxiliando na realização de tarefas do dia a dia, como ler, escrever, estudar e até melhorar na prática do próprio instrumento. Por isso, pessoas expostas ao treino musical antes dos 7 anos de idade possuem mais massa branca no cérebro, parte responsável pela transmissão dos sinais dos neurônios no corpo. Além disso, a massa cinzenta, parte responsável pelo processamento de informações, se torna mais densa. Sendo assim, as crianças crescem com uma melhor capacidade de foco e atenção, controle de emoções e impulsividade, além da diminuição da ansiedade.

Imagem ilustrativa de uma criança tentando alcançar as teclas do piano com o dedo

Se os estímulos estão presentes na vida da criança antes dos 4 anos de idade, características impressionantes podem ser geradas, como o “ouvido absoluto”. Ter ouvido absoluto significa ter a capacidade de identificar qualquer nota em sua perfeita afinação sem o auxílio de algum instrumento ou qualquer referência. Além disso, o processamento multissensorial também traz melhoria aos bebês, que desenvolvem a comunicação e a leitura ainda mais cedo. Eles também apresentam comportamentos mais calmos e se sentem felizes na presença da música.

Treinar a prática de um instrumento também melhora o fluxo sanguíneo no cérebro, mantendo-o melhor oxigenado e, consequentemente, melhorando os processos cognitivos, logo, além do desenvolvimento da aprendizagem, da linguagem, da maior atenção e foco, também são desenvolvidos o raciocínio lógico, a tomada de decisões e a memória, envolvendo intelecto e experiências.

Imagem indicando a localização do corpo caloso no cérebro do músico

Além do mais, o Corpo Caloso é ativado, parte que liga os hemisférios direito e esquerdo do cérebro. Essa parte é responsável pelas multitarefas que fazemos, então se você não consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo, use a música ao seu favor. E mais, estudos já mostram o uso dos instrumentos musicais no tratamento de convulsões, epilepsia, Alzheimer, ansiedade e depressão.

Além de tudo isso, os cérebros dos músicos também são diferentes entre si. Profissionais de diferentes estilos têm diferentes desenvolvimentos cerebrais. No jazz o ato de improvisar é mais comum, sendo assim, um músico que toca jazz normalmente têm mais facilidade nas conexões cerebrais ligadas ao improviso do que um músico clássico, por exemplo.

Para você que ainda não toca um instrumento, nunca é tarde! Qualquer novo hábito ajuda no desenvolvimento cerebral, então, independente da idade, você receberá os benefícios dessa prática. Vale lembrar que nenhum resultado vem do dia para a noite, mas com dedicação e um pouco de tempo você pode também exercitar bastante seu cérebro.

Se você é músico, deve estar se sentindo mentalmente saudável depois desse artigo, então, para manter esses hábitos musicais, acesse nossa loja virtual https://musicvaz.com.br/ para conferir todos os nossos produtos!

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REFERÊNCIAS

LOBO, Madalena. O Cérebro e a Música. Oficina de Psicologia, 2020. Disponível em: https://www.oficinadepsicologia.com/o-cerebro-e-a-musica/. Acesso em: 10 de set. de 2021.

FILIPE, Caio. Quais São os Efeitos da Música no Cérebro?. Planeta Música, 2020. Disponível em: https://blog.planetamusica.net/quais-sao-os-efeitos-da-musica-no-cerebro/. Acesso em: 10 de set. de 2021.

CÉREBRO de Músicos Têm Mais Substâncias. DW Brasil. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/c%C3%A9rebro-de-m%C3%BAsicos-tem-mais-subst%C3%A2ncia/a-1017888. Acesso em: 10 de set. de 2021.

SOARES, Vilhena. Cérebros de Músicos Reagem de Formas Distintas ao Tocar a Mesma Canção. Correio Braziliense, 2018. Disponível em:https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2018/01/28/interna_ciencia_saude,656246/cerebros-de-musicos-reagem-de-forma-distinta-ao-tocar-a-mesma-cancao.shtml. Acesso em: 10 de set. de 2021.

O CÉREBRO do Músico. Giulia, a Cientista, 2015. Disponível em: http://giuliacientista.blogspot.com/2015/10/o-cerebro-do-musico.html. Acesso em: 14 de set. de 2021.

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