Tudo que você precisa saber sobre seu instrumento: Baixo

Assim como a Guitarra Elétrica é uma espécie de descendente do Violão, o Contrabaixo Elétrico (ou Baixo Elétrico) é derivado de outro instrumento muito mais antigo que carrega o mesmo nome.

Com certeza você já viu um Contrabaixo, aquele instrumento grande que vemos em orquestras e bandas de jazz, um tanto parecido com um violoncelo. Por isso, antes de falarmos tudo sobre o Contrabaixo Elétrico, vamos fazer uma volta no tempo para entender como começou o mundo dos graves.

O Contrabaixo

Imagem de um Contrabaixo acústico (frente e lateral)

O Contrabaixo é um instrumento de cordas transpositor (soa uma oitava abaixo do que se lê na partitura), tocado com um arco que fricciona as cordas, ou por pizzicato (do italiano, beliscado) com os dedos. O instrumento possui o maior tamanho e produz o registro mais grave dentre a família das cordas, usado em grandes orquestras (em famílias de até 12 instrumentos) ou sozinho na música de câmara, jazz e música popular.

Imagem de uma pintura (autor desconhecido) contendo instrumentistas tocando seus instrumentos

Os registros históricos datam do século XIII, na segunda metade da Idade Média, quando os primeiros exemplares apontam o nascimento do Contrabaixo, vinculado à família das violas. Devido a algumas restrições do instrumento, o número de notas disponível era relativamente pequeno. À falta de registros mais graves, muitos compositores reclamavam que suas músicas soavam com timbres médios ou agudos.

Por volta do século XV, as partes constituintes da música aumentaram de duas ou três para quatro vozes, passando a ser usado o registro de baixo, considerado uma verdadeira inovação para a época e trazendo à tona a necessidade de um instrumento que atingisse tal tessitura.

A solução encontrada foi a construção de instrumentos maiores, baseados nos instrumentos já utilizados, cuidando para não alterar suas estruturas, o que prejudicaria a obtenção dos novos graves.

Imagem de uma pintura com o músico e sua Viola da Gamba (instrumento muito popular na Itália)

Um dos principais berços destes instrumentos no mundo foi a Itália, onde a Viola da Gamba era feita em três tamanhos: a Gamba aguda, a tenor e a baixa. No início do século XVII nasceu a Viola contrabaixo, que ficou conhecida como Violine (um pouco maior que o violoncelo, com seis cordas quase sempre afinadas em arpeggio). A partir do século XVIII o contrabaixista Domenico Dragonetti popularizou o instrumento, primeiro em Veneza, depois expandindo para outros lugares da Europa. Um instrumento híbrido, entre a família do Violino e a Viola da Gamba, teve destaque por sua maior projeção sonora, que permitia acompanhar o crescimento das orquestras no período clássico (séc. XIX).

Somente no final do século XIX surge o Contrabaixo com as características que conhecemos hoje, aparecendo com regularidade por toda a Europa e integrando diferentes formações musicais. Seu aparecimento, construção peculiar e escola musical foram, até o século XX, adaptações às necessidades das orquestras e músicas de câmara.

O instrumento, em constante mutação, apresenta, atualmente, variações como o Busseto e o Upright Elétrico, além do Baixo Elétrico que passou a substituí-lo em diversas ocasiões.

A História do Baixo Elétrico

Fotografia antiga de uma Big-Band (banda de Jazz que utilizava instrumentos de orquestra em sua formação)

Com a popularização do jazz e do swing no final do século XIX e durante a primeira metade do século XX, a música exigia sons cada vez mais altos e mais bandas eram requisitadas em diversas cidades. Além de suas dimensões que dificultavam seu transporte, o Contrabaixo já não podia competir em volume com os novos estilos e principalmente com a recém-nascida Guitarra Elétrica.

Luthiers e músicos buscavam criar um instrumento com som mais poderoso e dimensões menores. Foi quando a empresa Gibson lançou, em 1910, seu primeiro protótipo, o Mando Bass, ainda sem amplificador, o que não já atendia às necessidades da época. Já em 1933, o americano Paul Tutmarc conseguiu dar vida a um baixo elétrico do tamanho de um violoncelo, em série limitada. O modelo 736 Bass Fiddle, era equipado com uma escala de 30º, corpo sólido e um microfone eletromagnético.

Posteriormente, Tutmarc projetou um contrabaixo do tamanho de guitarras, com trastes e que podia ser tocado horizontalmente. A adição de trastes ao instrumento facilitava a execução das notas, contudo, a inovação não conquistou o sucesso. Na verdade, foram necessários quase vinte anos para que a invenção de Tutmarc reaparecesse e finalmente revolucionasse a música e a cultura americana.

Muitos fabricantes tentavam inovar de alguma forma. Gibson e Rickenbacker, por exemplo, tentavam melhorar o que já existia, buscando desenvolver um modelo elétrico do contrabaixo tradicional. Também sem sucesso.

Fotografia do técnico em eletrônica norte-americano Leo Fender segurando um modelo de sua criação do baixo elétrico

O domínio do gigante perdurou até os anos 1950, quando o técnico em eletrônica norte-americano Leo Fender, em 1951, criou um Contrabaixo tão elétrico quanto sua criação de guitarra, nascida apenas um ano antes. O modelo, dinâmico e arrojado, foi batizado de Precision, mas ficou rapidamente conhecido como Fender Bass.

Com trastes, que superavam o problema de precisão das notas, e um microfone [pastilhas eletromagnéticas] posicionado no corpo do instrumento, entre o braço e a ponte, o Fender Precision permitia a captação e amplificação do som.

Como na guitarra, a vibração das cordas provoca um sinal elétrico nos captadores, que são amplificados. Leo e seu companheiro, George Fullerton, pesquisaram e testaram diversas proporções de escalas antes de alcançarem o ideal. Escalas de 30 polegadas não permitiam vibração suficiente às cordas e as de 36 polegadas dificultavam sua execução devido ao tamanho das casas. Foram as 34 polegadas que permitiram que vibração e execução caminhassem juntos, e assim são até hoje.

Imagem do primeiro baixo elétrico, nomeado Fender Precision, criado em 1951

O mais novo contrabaixo possuía quatro cordas, afinadas em E A D G (Mi, Lá, Ré, Sol), e era ligado a um amplificador, lançado na mesma época e desenhado, também por Leo Fender, especialmente para reproduzir as frequências mais baixas do instrumento.

Fotografia antiga do músico William "Monk" Montgomery, integrante da banda Lion Hampton, primeiro a se apresentar com o modelo de baixo elétrico Fender Precision


Convidado pelo próprio Leo Fender para conhecer sua fábrica, William “Monk” Montgomery foi o primeiro a se apresentar com o Precision em turnês ao vivo com a banda Lion Hampton. Bill Black, baixista na banda de Elvis Presley, adotou o modelo anos depois, em 1957.

Na década seguinte, os demais fabricantes, como Gibson, Rickenbacker e Höfner, expandiram suas ofertas, surgiram cada vez mais marcas, inundando o mercado da música com modelos diversos. O período pós-guerra foi uma explosão cultural mundial.

Em 1960, foi lançado o Fender Jazz Bass que, devido ao fato de possuir dois captadores e um braço mais fino que seu antecessor, modificou os sons e ofereceu ao mundo um renascimento musical com suas características marcantes. O modelo explodiu em shows e estúdios de gravação, aparecendo fundamentalmente no Rock’n Roll a partir de 1967.

Imagem do Fender Jazz Bass, modelo lançado em 1960 e que fez sucesso no mundo do Rock a partir de 1967

Apesar de novo, o Contrabaixo elétrico, popularmente chamado de Baixo, conquistou seu espaço e evoluiu drasticamente nos anos seguintes. Sua história e evolução continuam ao passar dos anos, com aperfeiçoamentos técnicos e modificações ocasionais. Ele passou a assumir frente em melodias e acordes, incorporou variações e muitos outros elementos que o tornaram tão especial e necessário.

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